quarta-feira, 8 de novembro de 2017

Educação Matemática e Cultura Digital

08.11.2017

Matheus Pires Cardoso

A Semana Acadêmica de Matemática (SEMAT 2017), dedicada ao tema Educação Matemática na Cultura Digital: tendências e perspectivas - prometendo discussões e reflexões sobre uso das Tecnologias da Informação aplicadas ao ensino da matemática - foi aberta ao som de Tim Maia e Cássia Eller.

A abertura da XIV Semana Acadêmica da Matemática e V Encontro Regional de Educação Matemática contou com apresentação do Programa de Educação Tutorial (PET) mostrando as conexões de saberes indígenas e culturas urbanas, que mostraram traços da arte indígena durante o momento cultural. A performance mostrou a relação entre interesse e diversidade na exploração de tecnologias.

“A Cultura indígena traz também novas tecnologias”, afirmou o professor Deive Barbosa Alves, Coordenador do evento, enfatizando a cooperação dos saberes, no seu pronunciamento de abertura do evento. 

Contando com minicursos, palestras, web conferências, comunicações científicas e mesas redondas a SEMAT ocorrerá durante os dias 08 a 10 de novembro, além deste evento ocorrerá também o 5º Encontro Regional de Educação Matemática.

Para a conferência de abertura o professor Danilo Rodrigues César decidiu abordar a temática: Robótica Pedagógica Livre, Movimento Maker e Cultura Livre. De Aprendizagem Ativa e Ensino Híbrido a Espaços Multirreferenciais, os termos e metodologias são novidades para alguns e para outros já são objetivos a serem alcançados.

(Foto: Victor Wender)

Danilo inicialmente expôs os motivos para renovação das metodologias de ensino, já que o Ensino-Escola vive uma crise. Com “as salas de aulas estão vazias e os educandos presentes”, ele ressalta que as metodologias já não são objetos de interesse do aluno, que apesar de estar em sala de aula se encontra conectados a outros meios por meio dos celulares, tabletes e computadores.

Há uma necessidade de remodelar o modelo de ensino, segundo ele, como também as abordagens pedagógicas, a sala de aula e até mesmo a infraestrutura física das escolas. Aposta na ‘Aprendizagem Ativa’, que busca tornar o aluno ativo, fazendo-o deixar definitivamente o que está no plano da aula. Ele já está desenvolvendo a aprendizagem por meio de espaços que estejam voltados à solução de problemas e que possam gerar possibilidades de mudanças.

Se “estamos sempre em um processo de aprendizagem”, a Aprendizagem Ativa se realiza em grupos onde há o compartilhamento de conhecimento, que para César gera um ambiente de cooperação e colaboração. O Ensino Híbrido, proposta pelo Instituto Clayton Christensen quer maior integração das tecnologias no ensino, possibilitando ao aluno estudar on-line também na escola. Tal ensino operaria com auxílio do laboratório e desvinculado da forma padrão de lecionar.

A formação de grupos torna os alunos responsáveis pelos temas que sejam objetos de seu interesse, sendo identificados por uma análise do contexto social em que vivem, feita pelo professor.  Eles ficam responsáveis por pesquisar informações importantes e se revezarem nos grupos, de forma que possam aprender desde o básico dos temas estudados. Desta forma surge a sala de aula invertida, em que o professor se torna mediador ou tutor, e os alunos tornam-se ativos no seu próprio processo de aprendizagem.

Outra proposta seria ‘Espaços Multirreferenciais’, que para o conferencista é fazer “qualquer espaço se tornar um espaço referencial quando há troca de saberes, formando também um espaço de aprendizado”. Nesses espaços busca-se a união entre os saberes populares adquirido pelos alunos e os saberes escolares, abordados pelo professor. Desta forma, possibilita o estudo por meio dos objetos de desejos dos alunos, que poderão também ser problemáticas enfrentadas por toda a comunidade.

César apresentou de trabalhos em vídeos sobre os temas abordados, provocando certo entusiasmo e aceitação, por serem propostas pouco trabalhadas nas licenciaturas e que merecem uma atenção redobrada. As tecnologias da informação têm seu próprio tempo, que é mais rápido até do que o dos consumidores que os acompanham. A integração destas tecnologias ao ensino como ferramentas de auxílio à eficácia do processo de aprendizagem é algo a ser pensado, pois não há como pensar na cultura digital sem pensar também no ensino nesta cultura.

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