quarta-feira, 5 de abril de 2017

O que diferencia o docente dos outros profissionais?

05.04.2017

Antonio Carlos Ribeiro


Essa foi a pergunta-chave da palestra proferida pelo Prof. MSc Freud Romão, realizada na quinta-feira, dia 5, no I Circuito de Diálogo e Divulgação de Ensino, Pesquisa e Extensão, promovido pelo Curso de Licenciatura em Biologia, da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Câmpus de Araguaína.

Compuseram a mesa de abertura do evento as professoras Lilyan Rosmery Luizaga, Domênica Palomares M. de Sousa e Tatiane Marinho Vieira Tavares, e o professor José Manoel Sanches da Cruz Ribeiro, diretor do Câmpus de Araguaína, que destacou o fato deste câmpus ter crescido em eventos acadêmicos. Ele observou que entre as marcas estão a construção da identidade do docente, a visão interdisciplinar entre os saberes, a formação acadêmica dos alunos - especialmente em redação de artigos e monografias -, a ênfase nos programas PIBIC, PIBID e PIVIC, e os relatos de experiências e alunos, que ele julga fundamentais. E declarou aberto o I Circuito de Diálogo e Divulgação de Ensino, Pesquisa e Extensão.



Em seguida houve um momento cultural com o cantor Mateus Mesquita, que apresentou as músicas 'Quem sabe faz a hora' (Geraldo Vandré), 'Tá tudo errado' (dele próprio) e 'Vila do Sossego' (Zé Ramalho).

A professora Lilyan Rosmery Luizaga historiou o surgimento da UFT Câmpus de Araguaína, a partir da antiga UNITINS, rememorando professores, reitores e o esforço conjunto dos alunos naquela caminhada, que nos equipa para outra etapa que é a da construção da Universidade Federal do Norte do Tocantins (UFNT).

A professora Domênica Palomares M. de Sousa, coordenadora do Curso de Licenciatura em Biologia, apresentou o PPC do curso, de 2010, destacando os conhecimentos sólidos e as alternativas educacionais, os eixos - humanidades e sociedade, linguagens, conhecimentos específicos, estudos integrados e contemporâneos, epistemológicos e pedagógicos - e os diversos temas geradores, a estes integrados. Falou dos egressos do curso, das evasões, que neste ano foi apenas uma, e as mudanças da matriz do curso, pensadas desde 2014.

O professor Freud Romão, do Colegiado de Matemática, ministrou palestra sobre 'Identidade profissional e formação docente'. Começou afirmando que os professores são a única classe profissional que não tem um organismo federal de classe, como acontece com médicos, advogados, contadores, etc.


Levantou questões, desafiando os ouvintes a  refletirem, como a educação com forte apelo ao conhecimento técnico-científico que não conseguiu as mesmas condições do aparato tecnológico 'globalizado', e a comparou com a burguesia que cresce a partir do séc. XVII ao XIX, levando consigo grandes agentes financiadores. Com isso o Brasil ficou encurralado a implementar as mudanças para alavancar sua educação, nunca satisfatoriamente apoiada.

Isso explica porque o Programme for International Student Assessment (PISA) - que tem as ciências, a matemática e a leitura em sua base de análise educacional - sempre destacou nossas dificuldades, que ainda hoje retardam nosso avanço, enfatizou.

Ele conclamou os que atuam na universidade brasileira a perceberem como precisamos de professores nesta época tecnológica para ensinar a usar todo o aparato inventivo. Denunciou o déficit de professores nas Ciências Naturais e na Matemática, indagando: por que até este momento nós só consumimos mas não produzimos tecnologia?

Lembrou que Ensino é área estratégica nas Universidades, especialmente as voltadas para as demandas regionais. Registrou o empenho dos Institutos Federais de Educação pela oferta de cursos de Ciências Naturais e Matemática. E concluiu deixando a tarefa de coadunar a identidade profissional dos professores e os saberes científicos e humanitários ministrados, para conseguirmos avançar.

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