sábado, 5 de novembro de 2016

Araguaína: aprovado mestrado sobre Demandas Populares e Dinâmicas Regionais

05.11.2016

Samuel Lima

Com oferta prevista de dez vagas para 2017, o Câmpus de Araguaína terá mais um programa de pós-graduação stricto sensu (mestrado). O novo curso foi aprovado com nota 3 e será sobre Demandas Populares e Dinâmicas Regionais, dentro da área de avaliação Planejamento Urbano e Regional/Demografia. A divulgação da aprovação pela  Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) ocorreu no último dia 21 de outubro. Segundo o professor Miguel Pacífico Filho, que também coordenará o curso, o mestrado terá duas linhas de pesquisa: Desenvolvimento e Tecnologias Sociais e Vulnerabilidade e Dinâmicas Regionais.

Área urbana do município de Araguaína-TO (Foto: Google Mapas)

A aprovação do curso de mestrado na Capes foi durante a 166ª Reunião do Conselho Técnico-Científico da Educação Superior (CTC-ES), realizada no período de 26 a 30 de setembro de 2016, em Brasília. Segundo o coordenador, agora serão realizadas reuniões no sentido da organização do edital para a primeira seleção dos alunos.

"O curso estrutura-se em torno das discussões envolvendo o marco conceitual de vulnerabilidade social. Caracterizar as demandas populares e as vulnerabilidades sociais dentro das dinâmicas regionais do Norte do Brasil é condição para análise, compreensão e instalação de políticas sociais e educativas, bem como de intervenções, no sentido de reverter e/ou prevenir fatores de entraves sociais", resume o coordenador, destacando os aspectos investigativos específicos em torno das demandas populares e dinâmicas regionais e também na visualização de fatores que favoreçam a superação das questões que entravam a superação da vulnerabilidade.

O novo mestrado reunirá professores de cinco cursos de dois câmpus da UFT. De Araguaína serão três professores do curso de Letras, quatro professores do curso de Biologia, um professor do curso de Geografia e um professor do curso de Gestão de Cooperativas; do Câmpus de Palmas um professor do curso de Administração comporá o corpo docente do novo mestrado.

Saiba mais

Linhas de pesquisa

Desenvolvimento e Tecnologias Sociais: estudos técnicos metodológicos que possibilitem a construção de ferramentas de análise, intervenção e compreensão do ambiente natural e urbano, da subjetividade humana, das formas de trabalho, da gestão e da produção de populações urbanas e ou rurais vulneráveis. Incluem-se os estudos sobre recursos naturais, manejo sustentável, aspectos psicológicos da vulnerabilidade, agricultura familiar, organicidade do trabalho, gestão social e economia solidária, a fim de subsidiar olhares e tecnologias sociais para as populações estudadas. Essa linha pressupõe o envolvimento acadêmico e dos grupos estudados, de forma dialógica, a fim de pensar a realidade social, seus determinantes e entraves, bem como, possibilidades, formas de superação que proporcionem tanto a elaboração de tecnologias sociais quanto aquilo que possa gerar desenvolvimento local e regional, integrado, sustentável e aplicado a diversos setores, como meio ambiente, educação, políticas públicas e comunidades. Nessa perspectiva, são valorizados saberes populares, saberes da prática cotidiana, incentiva as práticas sociais participantes e coletivas, produzindo e socializando conhecimentos que permitam a construção social e o desenvolvimento.

Vulnerabilidade e dinâmicas regionais: estudos que objetivem elucidar demandas, características e potenciais sobre populações vulneráveis de áreas urbanas e rurais, no que se refere a espacialidade, historicidade, olhares sociais, artísticos, e educacionais, tanto do ponto de vista formal como não formal. Os estudos terão como ponto comum a população, permitindo uma gama de trabalhos que possam subsidiar políticas públicas que auxiliem na reversão da vulnerabilidade e do sofrimento humano, bem como em intervenções capazes de afirmar a construção de novas narrativas, identidades histórico-sociais e permitam a visualização de novas socialidades. Entende-se que pesquisas, interdisciplinares voltadas para a vulnerabilidade social e a compreensão dessas, nas dinâmicas regionais, permitem entender e implementar ações que possibilitem a superação da exclusão e a constituição de mecanismos que levem ao desenvolvimento da região.

Confira o documento divulgado pela Capes, aqui.

Transcrito de http://ww2.uft.edu.br/component/content/article?id=17069)

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Press Release – Ano 1 – nº 011 – 04 de novembro de 2016

Editorial
   Informativo Araguaína de cara nova http://bit.ly/2eHSTZ5

Artigo
   Escola sem partido? http://bit.ly/2eWisc4

Notícias
   Silêncio e Criminalização da Cobertura da Mídia sobre as Escolas Ocupadas http://bit.ly/2fpONVI

   A proposta da Associação dos Juízes pela Democracia http://bit.ly/2fFR96Z

   Professores da UFT discutem proposta de greve geral http://bit.ly/2ewv20W

Publicação
   Revista EntreLetras/PPGL lança mais um número http://bit.ly/2f9FHNx

Simpósio
   VIII Simpósio Nacional de História Cultural http://bit.ly/2fjjwDy

Seminário
   VI Seminário Institucional do PIBID - UFT - V Seminário de Programas Especiais em Educação
   http://bit.ly/2fDAkdN

Semana Acadêmica
   III Semana Acadêmica do Curso de Turismo http://bit.ly/2f17H60

Oficinas
   Oficina Química e Africanidade: algumas aproximações http://bit.ly/2fDrgp6

Nota da UFT
   UFT lamenta ação contra secundaristas e universitários, apoia manifestação do pensamento e
   defende integridade física http://bit.ly/2eQp74V

Institucional
   Avaliação institucional: momento de opinar sobre a Universidade http://bit.ly/2fkt42v

Restaurante Universitário
   RU Cardápio 008 07-11 nov 2016 http://bit.ly/2fkWjok

Imagens
   Dilemas com o texto http://bit.ly/2eHVgLA


Antonio Carlos Ribeiro
Reg. Prof. MTE 7235

Se desejar ler o Jornal UFT Araguaína acesse informativoarag.blogspot.com.br
Para ler os Press Release, clique no http://bit.ly/2c3rnc7

Editorial - 'Informativo Araguaína' de cara nova

04.11.2016

A tarefa do Informativo não se resume a trazer as novidades, mas também lidar com os temas que nos são trazidos pela sociedade. Este número traz um artigo e duas notícias que lhes deve aguçar o sentido, sem temer a reflexão. Trata-se do Artigo 'Escola sem partido?', da Profª Magda Becker Soares, que ela considera uma ingenuidade.

As duas Notícias são 'Silêncio e Criminalização da Cobertura da Mídia sobre as Escolas Ocupadas', da jornalista Marina Pita, do Intervozes, mostrando o ato criminoso do controle da informação para a população e culpabilização das escolas de ensino médio; e 'A proposta da Associação dos Juízes pela Democracia', trazendo as palavras do juiz Leador Machado sobre a luta e os direitos da cidadania.

Outra novidade são as abas Revistas da UFT-Araguaína, levando produção acadêmica a outros espaços, e UFT na Mídia, trazendo o modo como a mídia acompanha nosso trabalho. E as seções já conhecidas. E os novos marcadores no 'Sumário'.

Notícias
Professores da UFT discutem proposta de greve geral

Publicação
Revista EntreLetras/PPGL lança mais um número

Simpósio
VIII Simpósio Nacional de História Cultural

Seminário
VI Seminário Institucional do PIBID - UFT - V Seminário de Programas Especiais em Educação

Semana Acadêmica
III Semana Acadêmica do Curso de Turismo

Nota da UFT
UFT lamenta ação contra secundaristas e universitários, apoia manifestação do pensamento e defende integridade física

Institucional
Avaliação institucional: momento de opinar sobre a Universidade

Oficinas
Oficina Química e Africanidade: algumas aproximações

Restaurante Universitário
RU Cardápio 008 07-11 nov 2016

Imagens
Dilemas com o texto

Boas leituras!

Dilemas com o texto

04.11.2016


Avaliação institucional: momento de opinar sobre a Universidade

04.11.2016

Aline Brito



Chegou o momento para a comunidade acadêmica opinar sobre a qualidade do processo de ensino e de aprendizagem da Universidade Federal do Tocantins (UFT). A pesquisa elaborada pela Comissão Própria de Avaliação (CPA) da UFT está disponível no período de 04 de novembro a 10 de dezembro. Neste ano, o objetivo é avaliar o desenvolvimento institucional e as políticas acadêmicas da instituição. Os dados servirão para que os gestores planejem suas ações levando em conta a opinião dos diferentes públicos da Universidade.

Benefícios para a comunidade

A professora da UFT e presidente da CPA, Clarete de Itoz, explica que a avaliação institucional dá a oportunidade para a comunidade participar no processo de planejamento e gestão. Quando isso acontece, segundo a professora, os benefícios são muitos. “Há melhoria da qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão na UFT, aumenta a eficácia de processos de planejamento institucional, visando a efetividade social e acadêmica da Instituição, aprofunda compromissos e responsabilidades da gestão acadêmica, por meio da valorização da missão institucional, promove a democratização da opinião acadêmica sobre os valores da instituição, afirmando a autonomia e a identidade da Instituição”, pontua.


Clarete - 'Temos que ter a consciência que ao participar, além de estarmos exercitando o legítimo
ato democrático de avaliar a Instituição, também estamos colaborando para a melhoria'
(Foto: arquivo pessoal)

E se não houver participação?

Clarete ressalta que a comunidade é quem mais se prejudica quando deixa de opinar. “Temos que ter a consciência que ao participar, além de estarmos exercitando o legítimo ato democrático de avaliar a Instituição, também estamos colaborando para a melhoria das condições de oferta do ensino, da pesquisa e da extensão”, frisa. A presidente da CPA ainda acrescenta que a pesquisa revela o olhar da comunidade sobre a gestão de processos e procedimentos acadêmicos.

Participe!

A pesquisa é sigilosa. A professora Clarete lembra que, com o acesso (login e senha), não existe a possibilidade de se conhecer a particularidade das respostas.

Acesse o link da pesquisa aqui

Assista o Vídeo



Transcrito de http://ww2.uft.edu.br/component/content/article?id=17043

RU Cardápio 008 07-11 nov 2016

04.11.2016

O cardápio elaborado por Yasmym Oliveira de Morais e aprovado por
Thalita Lin Netto Candido, nutricionista fiscal da UFT,
de 07 a 11 de novembro de 2016, é:

2ª feira - dia 07


Prato principal
linguiça na chapa

Salada
tomate
pepino
couve

Guarnições
polenta
virado de couve
arroz
feijão

Suco
goiaba

Sobremesa
melão

Opção vegetariana
hambúrguer de pts 



3ª-feira - dia 08


Prato principal
fricassê de frango

Salada
alface
acelga
tomate

Guarnições
farofa cebola
batata inglesa, couve-flor, chuchu, brócolis
arroz
feijão

Suco
goiaba

Sobremesa
melão

Opção vegetariana
fricassê de pts


4ª-feira - dia 09


Prato principal
iscas bovinas

Salada
alface
repolho
tomate com pepino

Guarnições
beringela refogada
quibebe de vegetais, mandioca, cenoura
arroz
feijão

Suco
abacaxi

Sobremesa
goiaba com creme de leite

Opção vegetariana
hambúrguer de legumes




5ª-feira - dia 10


Prato principal
bisteca suína

Salada
tabule
couve
alface

Guarnições
abobrinha refogada com ovos mexidos
macarronese
arroz
 feijão

Suco
acerola

Sobremesa
banana

Opção vegetariana
bolinho de batata



6ª-feira - dia 11


Prato principal
carne com kabotiá

Salada
alface
vinagrete
beterraba crua

Guarnições
 jardineira de legumes (milho, ervilha, cenoura, batata, chuchu)
farofa
arroz
 feijão

Suco
maracujá

Sobremesa
gelatina

Opção vegetariana
almondegas

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Oficina Química e Africanidade: algumas aproximações

03.11.2016

Renata Barbosa Dionysio

Na sexta-feira (28), o PADI UFT com Química e Africanidade, nos propiciou explorar a construção da identidade negra no Brasil. Para isso, trabalhamos em quatro momentos:

1. Convidamos os participantes a desenhar sobre a África e a africanidade;


2. Pedimos para que expressassem um sentimento e uma cor associada à música que ouviram;


3. Apresentação  teórica das meninas abordando temas como: cabelo, pele, comida e cerâmicas;


4. Momento de construção da boneca Abayomi (aquela que traz felicidade), um símbolo de resistência feminina e negra que permite discutir o empoderamento feminino, a afetividade, a tradição e a dinâmica social. 

Essas atividades ajudam a entender as etapas, pelas quais a população negra se inseriu no país e começou a luta histórica para a construção do sujeito negro dentro da sociedade. 

Silêncio e Criminalização da Cobertura da Mídia sobre as Escolas Ocupadas

03.11.2016

A jornalista Marina Pita, que integra o Conselho Diretor do Intervozes, faz uma análise
da cobertura da imprensa brasileira sobre as ocupações das escolas e universidades
contra a PEC 241 e a Medida Provisória que reforma o Ensino Médio.

Marina Pita

O silêncio pode dizer mais do que mil palavras. A frase – dessas compartilhadas em grupos de WhatsApp pela manhã – significa muito na atual conjuntura do país.

Num contexto de mais de mil escolas ocupadas em todo o Brasil contra a PEC 241 e a Medida Provisória que reforma o Ensino Médio, o silêncio da imprensa sobre a mobilização dos estudantes é mais um capítulo sombrio do processo pelo qual passa o país, exemplar quando falamos de ausência de diversidade e garantia do acesso à informação no Brasil.


Muita gente só tomou conhecimento das ocupações no último final de semana, quando locais de votação no segundo turno das eleições municipais tiveram que ser trocados em função das escolas mobilizadas.

Até ali, as matérias – principalmente na televisão – foram raras. Agora seguem poucas, sem dar voz aos estudantes que ali estão, tampouco aos setores da sociedade que apoiam os protestos contra da PEC e a MP 746/2016.

Um dos maiores jornais do país, a Folha de S.Paulo ignorou a ascensão das ocupações. O tema aparece no impresso em matéria do dia 11 de outubro com o foco apenas no estado do Paraná: ”Estudantes ocupam cem escolas e professores aprovam greve no Paraná”.

Mais de uma semana depois, apenas em 19 de outubro, vem o segundo texto, com viés claramente criminalizador: “Ocupação em 181 escolas pode causar cancelamento de provas do Enem”. No dia 24 de outubro, o tema volta a aparecer por conta da morte de um estudante em Curitiba.

Entre o crescimento de 100 a 800 escolas ocupadas, vigorou o silêncio do jornal sobre o assunto. Nada se falou sobre as ocupações em outros estados.

Na sexta-feira 25, um novo texto intitulado “Protesto em escola ocupada do Paraná tem tensão, apitaço e xingamentos”. O movimento dos estudantes é apresentado como “baderna”.

Considerando a amplitude do movimento “Ocupa Paraná”, a opção da Folha foi cobrir desproporcionalmente uma manifestação contra a ocupação em uma das escolas.

Frases genéricas como “de um lado, pais, alunos e professores que querem a volta às aulas passaram a organizar protestos contrários. Em algumas cidades, chegaram a "ocupar" antes os colégios para evitar a tomada do local pelos manifestantes” demonstram a ausência de rígido critério de apuração.

Afinal, as ações contra as ocupações – apesar da violência que adotam, algo também não apontado pela imprensa – são minoritárias diante do crescimento da mobilização nacional.

A sequência de matérias como “Com escolas ocupadas, Paraná vai ter Força Nacional na eleição”, “Alunos são algemados após serem retirados de escola invadida no TO”, “Tumulto em Escola no Paraná”, “Com escolas ocupadas, até supermercado vira local de votação no Paraná”, “Escolas ocupadas poderão ter o Enem adiado, diz Ministério da Educação” mostra a facilidade como os jovens mobilizados por seus direitos são apresentados como baderneiros,irresponsáveis e que atrapalham a vida dos cidadãos que simplesmente querem estudar.

A tônica da Folha tem sido, assim, colocar em oposição o movimento que defende a educação universal, gratuita e de qualidade e os demais estudantes.

O próprio Ombudsman do jornal classificou a cobertura do jornal de protocolar:

"A Folha noticiou de forma tímida a movimentação. Para dar ideia da extensão, na sexta, segundo entidades estudantis, havia 123 universidades e 1.197 escolas ocupadas no país; cerca de 850 no Paraná”. Ainda, lembrou o silêncio da imprensa local quanto à marcante fala da estudante Ana Julia, que incendiou as redes sociais.

“Na quarta, 16, nenhum grande jornal noticiou a inusual presença de estudantes na tribuna. Na quinta, às 12h53, o site da revista econômica americana ‘Forbes’ captou a importância da fala da jovem. Só às 19h a Folha colocou no ar perfil de Ana Júlia, recuperando o discurso”.

O STF e a criminalização

No jornal carioca O Globo, a cobertura com viés crítico às ocupações também deu a linha. Se primeiro o foco era no “distúrbio” que a mobilização poderia trazer ao Exame Nacional do Ensino Médio (“Com mais de 640 escolas ocupadas governo do Paraná se diz preocupado com eleições e Enem” no dia 18).

Depois, os veículos do Grupo Globo fizeram questão de destacar a fala do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre os eventuais gastos que as ocupações geraram com a mudança dos locais de votação.

A declaração de Gilmar Mendes foi exibida à exaustão ao longo da noite do domingo 30 nos telejornais da GloboNews, chegando a irracionalidade de sugerir à AGU que estude cobrar os estudantes o “custo” das ocupações para as eleições. No site d'O Globo, a chamada era “Ocupação de escolas gerou gastos nas eleições, diz Gilmar Mendes”.

Antes disso, a opção do jornal carioca tinha sido entrevistar com destaque o Secretário estadual de Educação do Paraná e silenciar os estudantes. As aspas escolhidas para o título da matéria não são sobre soluções para o impasse, negociações, mas a simples ameaça: "Wagner Victer: 'Quem diz que não prejudica é leviano' ".

O Jornal Nacional do dia 27 apresentou reportagem sobre a bárbara apreensão de estudantes no Tocantins, que chegaram a ser algemados ilegalmente.

Mostraram o documento do Ministério Público que “justificava” a medida e deram um tempo irrisório para a opinião contrária da Defensoria Pública do estado, que criticou a apreensão dos alunos. A matéria sequer informou aos telespectadores por que aquela escola tinha sido ocupada.

Nesta terça, 1 de novembro, o Bom Dia Brasil preferiu dizer que o cerco da Polícia Militar para pressionar pela saída de estudantes de uma escola ocupada em Taguatinga, no Distrito Federal, atrapalhava a circulação de moradores.

O desequilíbrio no espaço dado – quando dado – aos estudante também caracteriza a cobertura na TV. Apenas a título de exemplo, no mesmo Bom Dia Brasil do dia 26 de outubro, em reportagem de 3 minutos e 40 segundos, apenas 13 segundos foram dedicados aos estudantes para explicarem por que ocupam as escolas.

Um exemplo contrário foi a matéria da Agência Estado, “Mais de mil escolas e universidades estão ocupadas no Brasil”, de 26 de outubro, que ouve não apenas a presidente da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), Camila Lanes, mas cita nota da Associação dos Reitores das Universidades Federais (Andifes) e da Reitoria da Universidade Federal de Minas Gerais favoráveis ao movimento dos estudantes. Algo raro até agora na imprensa nacional.

O papel da comunicação pública e da internet

Foi na Agência Brasil – com todos os problemas que a EBC sofre depois do desmonte que tem sido implantado na empresa pública pelo governo Temer – que o cidadão pôde se informar minimamente sobre o contexto geral das ocupações Brasil afora.

Reportagens como “Mais de mil escolas do país estão ocupadas em protesto; entenda o movimento”, “Estudantes secundaristas e meio acadêmico debatem ocupação de escolas no Rio” e “Alunos do DF ocupam escolas para serem ouvidos sobre mudanças na educação” fizeram o que se espera da imprensa: jornalismo.

A batalha pela narrativa das ocupações, entretanto, segue travada mesmo na internet, em blogs, sites da imprensa alternativa e nas redes sociais. O discurso de Ana Julia – que ganhou a capa de CartaCapital essa semana – foi ouvido por todos no Youtube, Facebook e nos grupos de WhatsApp.

Ao participar de uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado nesta segunda-feira 31, a estudante do Paraná fez questão de negar, veementemente, o papel de passividade atribuído aos estudantes por alguns e replicado por comentaristas e jornalistas da grande mídia. Não há doutrinadores e doutrinados neste jogo. Tampouco revoltados sem causa.

A jovem que fez milhares pararem para ouvir quem está vivendo as ocupações jogou luz a algo que se repete sistematicamente quando o país precisa debater temas centrais para o seu futuro: a dificuldade de entender o que está acontecendo quando se acompanhando o noticiário apenas pela mídia tradicional.

Transcrito de http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/263580/Sil%C3%AAncio-e-criminaliza%C3%A7%C3%A3o-da-cobertura-da-m%C3%ADdia-sobre-as-escolas-ocupadas.htm

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

A proposta da Associação dos Juízes pela Democracia

02.11.2016

Antonio Carlos Ribeiro

A tarde do terceiro dia de ocupação da Universidade Federal do Tocantins, câmpus de Araguaína, foi marcada pela palestra do juiz Leador Machado, da Associação dos Juízes pela Democracia (AJD), que atua na perspectiva do projeto Trabalho, Justiça e Cidadania.

Foto: Juracy Lemos/UFT

O magistrado afirmou que além de suas tarefas, gosta de dialogar com a sociedade, atitude que aprendeu desde os tempos dos Movimentos de Educação de Base, das Comunidades Eclesiais de Base (CEB's), filho de mãe que coordenava Círculos de Cultura, com quem aprendeu como os analfabetos, os pobres e os trabalhadores contruíam o mundo ao seu redor com as palavras, e se encontravam nesse mundo.

Lembrou que foi advogado, que fez concurso para a Magistratura do Trabalho, que os governos Lula e Dilma fizeram ampliar muito o ambiente de liberdade e diversidade, e que depois desses avanços chegamos a esse momento em que o que está em jogo não são apenas a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, agora 55, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e o conjunto de Direitos Trabalhistas que a sociedade conquistou.

No judiciário, a maioria vem das classes oligárquicas, com uma carga ideológica que tende a falar mais alto, dificultando o diálogo e os acordos em favor da sociedade. Por isso, "a crise não vai se resolver no judiciário, mas na política. Ou se resolve na política, ou não haverá solução", enfatizou.

O judiciário privilegia o parâmetro do mérito, que resulta em princípios. Por isso os processos de seleção de juízes têm se tornado muito conservadores, sendo realizados hoje diretamente pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), com a intenção de afastar os pobres e os negros do serviço público.

Foto: Juracy Lemos/UFT

Machado assume as propostas da AJD, pelo empenho em debater o acesso de juristas de todas as classes sociais à magistratura. Luta para levar a sério o in dubio pro reu, que significa a presunção da inocência. Abrir mão deste princípio é legitimar a violência, especialmente contra os pobres, pelo que diz preferir o risco de soltar 99 culpados a condenar um inocente. O Estado não pode ser vingador, mas deve construir a cidadania, insiste.

Lembrou situações da magistratura trabalhista em que senhoras de classe preferem pagar salários baixos, argumentando que na casa delas as empregadas comem 'um bife melhor' que o da sua casa. Outra situação foi a Lei dos Caminhoneiros que impediu pessoas de trabalharem 16 horas por dia, ficando dias ou semanas fora de casa e sendo remunerados com um percentual do custo do frete. E da resistência da classe média em pagar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

Denunciou que a decisão de cancelar o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) nas escolas ocupadas é uma forma arbitrária de punir os filhos dos trabalhadores. Essa estrutura que mostra a face não quer ninguém pensando, mas espera sempre mais oferta de mão de obra barata.

Por seu histórico e luta, ele apoia o esforço e a luta dos jovens que se organizam diante dessa guinada da direita. E os elogia por saírem da inércia e terem a coragem de caminhar.

Escola sem partido?

02.11.2016

Magda Becker Soares*

Discutir uma escola sem partido convoca evidenciar sua impossibilidade, e não só porque é mais uma tentativa de censura  -  neste caso, felizmente, das mais ineficazes, porque pretende calar aqueles cuja função, por atribuição da Constituição e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, é formar crianças e jovens para a cidadania, de que são princípios fundamentais a liberdade de expressão e o desenvolvimento da criticidade; é uma impossibilidade (uma ingenuidade?) porque se constrói sobre pressupostos que não se sustentam.

Foto: Foca Lisboa/UFMG

Escola sem partido: a expressão remete inevitavelmente a partido político, embora se venha negando que seja esta a intenção. Escola sem partido seria a escola incontaminada por partidos políticos? Por algum dos 35 partidos que, surpreendentemente, o país tem hoje? Acredita-se que cada um desses 35 partidos defende próprias e exclusivas convicções sociais, políticas, morais, religiosas  -  defende uma “ideologia” -  , e pretenda impô-la às escolas? Impossível.

Por outro lado, se sem partido se refere a posicionamentos pessoais de professores -  sociais, políticos, morais, religiosos (ideológicos?) -  a falácia está em supor que o ser humano é capaz de se manter “neutro” em suas interações, sejam sociais, sejam, como pretende a escola sem partido, pedagógicas. A proibição de “doutrinação” comete o equívoco de julgar que as convicções de um ser humano, neste caso o professor, só se manifestam pela palavra: supõe-se que, proibindo a palavra, fica proibida a “doutrinação”. Um equívoco, porque não são só as palavras que expressam convicções, mas o ser humano como um todo, que, ainda que tenha a palavra proibida, revela-se por seu modo de agir, de decidir, por seus comportamentos; pode-se até tentar calar o professor, mas não se calam as mensagens que ele comunica por meios não verbais, mesmo se tenta “censurar-se”. Impossível.

Além disso, há na educação básica em nosso país, atualmente, mais de 2 milhões de professores. É possível transformar tantas centenas de professores em robôs que se limitem a repetir conteúdos? como se também conteúdos pudessem ser “neutros”: é possível falar de forma “neutra” da escravidão? do Holocausto? das guerras? do terrorismo? da miséria do mundo? é possível levar a literatura aos alunos sem os textos, os livros, pois estes nunca são “neutros”? Impossível.

E mais: serão os alunos, os quase 50 milhões de alunos das escolas brasileiras, os seres passivos que supõe a Escola sem Partido, a “audiência cativa” que se deixa facilmente influenciar pelos professores? O que dizer então da indisciplina, que tão frequentemente os professores enfrentam? o que dizer dos movimentos estudantis que invadem as ruas, que ocupam as escolas? Impossível.

Escola sem partido? Só como ficção. Felizmente.

*Professora emérita da Faculdade de Educação da UFMG

Transcrito de https://medium.com/@ufmg/escola-sem-partido-fed42a8ae3b1#.j5b7t4jqk

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Professores da UFT discutem proposta de greve geral

31.10.2016

João Batista Araújo e Paulo Aires

Os professores da Universidade Federal do Tocantins (UFT) reuniram-se, na tarde desta segunda-feira (31), para discutir a proposta de greve geral, em conformidade com a luta nacional contra a retirada de direitos adquiridos e contra a PEC 55. Segundo explicou o presidente da Seção Sindical dos Professores da UFT (Sesduft), Maurício Alves Silva, a greve geral trata-se de um dia de paralização nacional de todas as categorias, que está marcada para 25 de novembro.

O presidente do Centro Acadêmico de Direito, Gustavo Lopes, defende a realização da paralização: “É uma proposta que eu acho necessária, principalmente na conjuntura atual do País e da educação”, disse. No entanto, o estudante chamou a atenção para a necessidade de união entre alunos e professores e cobrou mobilização diferente do que ocorreu em outras greves de professores na UFT.

Apesar da presença de vários professores, somente os docentes sindicalizados puderam votar. O presidente da Seção Sindical dos Docentes da Universidade Federal do Tocantins (Sesduft), Maurício Alves Silva, explicou o porquê de somente os sindicalizados terem direito ao voto. “O presidente da Sesduft só pode convocar os sindicalizados.  É comum termos não sindicalizados para votar a não greve. A partir desta discussão entre os sindicalizados é que vamos abrir a discussão com os demais”, concluiu.

Na assembleia de hoje os professores decidiram pela greve geral (10 votos favoráveis e 3 contra), cuja mobilização deverá ocorrer no próximo dia 11. Mas essa manifestação já deverá ser comandada pela nova gestão da Sesduft, uma vez que no dia 9 de novembro haverá votação para definir a nova Diretoria (biênio 2016/2018).

Revista EntreLetras/PPGL lança mais um número

31.10.2016

Lançado o primeiro número deste ano da revista EntreLetras/PPGL (ISSN 2179-3948) – ed. v. 7, n. 1, 2016. Para acessar, clique aqui.


domingo, 30 de outubro de 2016

VIII Simpósio Nacional de História Cultural

30.10.2016


    O Simpósio será realizado entre os dias 14 e 18 de Novembro de 2016, em Araguaína, nas  dependências da Universidade Federal do Tocantins - UFT
Para visitar o site clique aqui.