domingo, 23 de outubro de 2016

Bem-Viver indígena: territórios culturais, ancestrais e memoriais

23.10.2016

Jhon S. Moura

O IV Seminário Bem-Viver Indígena, realizado na quinta e sexta-feira (20 e 21), trouxe pautas pertinentes quanto à territorialidade, ao meio ambiente e às terras indígenas. O seminário colocou em debate o direito à demarcação das terras indígenas e da realidade geográfica que do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (MATOPIBA) e da fronteira agrícola baseada em tecnologias modernas de alta produtividade.

A palestrante Sara Sánchez, do Conselho Indigenista Missionário - CIMI, da Conferência Nacional do Bispos do Brasil – CNBB, afirmou que "precisamos descolonizar nossa mente", e isso nada mais é do que rever nossos modelos de vida impostos pelo capitalismo, e no qual quem não produz torna-se obsoleto. “Temos que paralisar a máquina acelerada do capitalismo”, enfatizou.

"Reconhecer os saberes indígenas vai contra o mercantilismo quando valoriza o ser pelo que ele é e não pelo que ele tem", afirma. As terras indígenas são territórios de luta, de afirmação cultural, de registro de ancestrais carregados de memórias afetivas e espirituais, pelos quais estão sendo ameaçados. Os povos nativos brasileiros só esperam respeito, ter as terras demarcadas, acesso à saúde e educação, e manter a capacidade de brincar, sorrir, cantar e dançar.


Durante o seminário, foi lançado o relatório publicado sob o título 'Violência contra os povos indígenas no Brasil', com dados de 2015, que trazem a dedicatória como brado: "Eles tentavam nos enterrar, mas não sabiam que éramos sementes..." (Foto: John S. Moura/UFT)

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