sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Editorial - Institucionalidade

27.10.2017

O papel da institucionalidade na universidade é a demanda que surge das diversas situações cotidianas que cobram sempre mais clareza de raciocínio, firmeza de propósitos, a certeza de saber o que se produz e os objetivos que se propôs alcançar. Assim se conquista o respeito dos demais, se cria relações de confiabilidade e a universidade se torna paradigma para a sociedade.

Ela surge do contexto que se institui a partir de um caráter - termo da psicologia que é sinônimo de personalidade - ou, no caso da linguagem comum - aquele que descreve os traços morais da personalidade. É sua natureza formal e social que a torna reconhecida pelos poderes existentes.

É esta a condição que determina o reconhecimento legal das instituições de ensino no contexto em que vivemos. A universidade deve ser referência porque é desse reconhecimento que fortalecemos a formação, a inteligência e a integração que garantem, asseguram e resultam na formação de identidade, diante da crise da sociedade.

A discussão da institucionalidade é uma demanda constante e cada mais crescente na sociedade, até para evitarmos sucumbir em constante 'discissão' - o procedimento pelo qual se fende a cápsula do cristalino - para a retirada da catarata. Sem essa determinação, não se aciona as potencialidades individuais para sustentar o institucional.

Pensando no individual que contribui com o institucional, deve-se voltar ao cientista político Leandro Konder. "O indivíduo é o ser singular, tem uma identidade que o distingue [...] (é o que os antigos gregos chamavam de ídion), [...] existe em um constante intercâmbio com os outros, é formado pela sociedade, depende do grupo [...] Existe, portanto, em comunidade (o que os antigos gregos chamavam de koinonia)".

Para ele, "o sujeito posto em estado de solidão pode pensar que está desenvolvendo uma reflexão original, profunda, enriquecedora, no entanto pode estar somente emburrecendo, por falta de interlocutores", e observou: os "gregos já alertavam para esse risco: no idioma deles, o superlativo de ídion (singular) era idiotes".

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