08.04.2017
A semana que passou deixou um legado de denúncia, protesto e reflexão para todos que exercem a profissão de professor. A maestria para o exercício da pedagogia - do grego antigo paidagogós (paidos, criança) e (gogía - conduzir ou acompanhar) provoca a discussão em torno das diversas expectativas que integram essa profissão.
Por estar associada desde os primórdios aos aios - escravos com alguma formação a quem era confiada desde a infância a educação dos filhos dos nobres - a formação de cidadãos livres, nobres e com papel político era entregue a quem não tinha sequer vontade própria. Daí a relação de amizade dos que foram formados por esses tutores e que mantém essas marcas na atualidade, como bem explicitou a professora Thelma Pontes Borges, ao falar da 'Interface Psicanálise e Educação: a função materna e o ato educativo'.
Por outro lado, ganha a dimensão de atuação, intervenção e respeitabilidade que as elites brasileiras nunca atribuíram a esses profissionais. Isso transparece quando são comparados pela remuneração aos profissionais das demais áreas e com a mesma formação. Como se as atividades de projetar, calcular, construir e produzir bens, artefatos e tecnologias fosse superior a de formar cidadãos livres, cultos e idôneos, como observou o professor Freud Romão, na palestra 'Identidade profissional e formação docente'.
O papel da universidade, especialmente a UFT-Araguaína - com a maioria dos cursos de graduação nas licenciaturas - é empenhar-se pela respeitabilidade dos que associam a pesquisa científica à tarefa de humanização dos alunos que lhes foram confiados. Só quando as instituições do saber reconhecerem o valor desse profissional, o conjunto da cidade saberá valorizar sua atuação e dedicação que, no mais das vezes supera diversas limitações, ao dedicar-se a seus alunos, com sua vocação e conhecimentos.
Até porque ninguém conseguiu formação, respeitabilidade e expressão sem o que recebeu de seus professores.
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