Seminário em Araguaína debaterá a diversidade e o assédio moral e sexual

Nesta quinta-feira (31) ocorre a partir das 8h, na Unidade Cimba do Câmpus da UFT em Araguaína, o I Seminário de Direitos Humanos e Cidadania da UFT. Pensado para discutir temas ligados aos direitos humanos que tenham relação direta com demandas dos acadêmicos, o evento marca também a apresentação oficial da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania do Câmpus de Araguaína (CDHC), que foi criada recentemente.

O Seminário contará com duas mesas-redondas, que abordarão temas como "Direitos Humanos, Cidadania e Diversidade" e "Assédio: questões jurídicas e éticas". Segundo a professora do curso de História e presidente da CDHC, Martha Victor Vieira, o que se espera é que, além da discussão teórica, o evento tenha efeitos práticos. "A intenção é contribuir para um melhor esclarecimento dos acadêmicos, professores e técnicos administrativos a fim de instigar uma conduta mais humana e ética dentro e fora da Universidade e creio que é importante começarmos a dialogar sobre problemas que afetam a sociedade contemporânea", destaca.

O coordenador da regional Araguaia-Tocantins da Comissão Pastoral da Terra, Edmundo Rodrigues da Costa, será um dos debatedores da Mesa I sobre Direitos Humanos e Diversidade. Ele ressalta que há uma visão muito distorcida sobre o conceito de direitos humanos, que muitas vezes é estereotipado como direito dos criminosos. "Essa é uma visão muito preconceituosa, as pessoas não sabem que Direitos Humanos é uma coisa ampla, tem um sentido bem maior, e quando se diz que defende bandido é porque não entendem que o Estado tem o dever de proteger o cidadão, tenha ele cometido um crime ou não", afirma. Ele pontua que os direitos só podem ser limitados em situações bem específicas, mas que são destinados a todos os cidadãos. "Os direitos humanos reconhecem que cada ser humano, sem distinção de qualquer tipo,  pode desfrutar de seus direitos e protegem indivíduos e grupos contra ações que interferem nas liberdades fundamentais e na dignidade humana".

Costa salienta que o Estado do Tocantins tem vivido um momento "gritante" de desrespeito aos direitos humanos em diversas áreas, incluindo saúde e educação. "Aqui na Comissão Pastoral da Terra temos acompanhado atentamente e denunciado as várias violações aos Direitos Humanos no que se refere ao acesso à terra. São centenas de famílias que sofrem violências físicas, torturas e até mesmo são assassinadas, isso por que estão lutando por uma vida digna de ter acesso a um direito". "É preciso ter respeito por todas as pessoas, pelos camponeses, pelos quilombolas, pelos povos indígenas, pelos grupos LGBT que vêm sofrendo com desrespeito e preconceito a todo momento, como alguns casos, aqui em Araguaína, de assassinatos e queimas de casa de pessoas LGBT", finaliza.

A abertura do I Seminário ocorre às 8h, no auditório II do Bloco C, na unidade Cimba, com a participação do diretor do câmpus, professor José Manoel Sanches, e com um representante da CDHC e do movimento estudantil. O evento é gratuito, aberto para a comunidade acadêmica e externa e a participação nas atividades garante um certificado de 8 horas. A programação completa pode ser conferida na imagem abaixo.

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